DEFESA CIVIL INDICA RECONSTRUÇÃO DE BARREIRAS E ISOLAMENTO DO MORRO DO CARECA ENTRE MEDIDAS PARA AMENIZAR DANOS DO AVANÇO DO MAR

 

A Defesa Civil de Natal indicou que entre as medidas para amenizar os danos causados pelo avanço do mar em Natal estão o isolamento da base do Morro do Careca, principal cartão-postal da cidade, e a reconstrução de barreiras que foram destruídas recentemente pela força da maré.

O prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), decretou na sexta-feira (20) estado de emergência por conta dos agravamentos provocados pelo avanço do mar em Ponta Negra e na Via Costeira.

O avanço do mar destruiu dissipadores de drenagens em trecho de hotéis e aumentou o processo erosivo do Morro do Careca, segundo o Município.

A chefe de vistoria da Defesa Civil de Natal, Fernanda Jucá, explicou que, na prática, o decreto significa que o Município vai intervir de forma emergencial por conta da situação, já que há uma previsão de que em 15 dias haja um novo avanço da maré na região.

A ideia agora é que a gente consiga adotar alguma medida de barreira física nessas áreas que foram afetadas, dos muros que desabaram, e também na base do Morro do Careca, já que a gente vem observando o aumento dessa erosão, principalmente na base do morro, na exposição da falésia”, explicou.

Segundo ela, a medida é necessária por segurança, já que o trecho, mesmo com sinalização de isolamento, continua sendo utilizado por parte dos banhistas da praia.

Isso coloca em risco as pessoas que ficam nessa proximidade. A gente tem o pessoal utilizando aquela área, que é isolada, que tem uma cerca informando a situação de risco, mas infelizmente a gente viu que as pessoas continuam usando essa parte do morro como sombra, como área recreativa. E diante da situação que a gente tem agora, isso não pode mais acontecer”, pontuou.

De acordo com Fernanda Jucá, mesmo que a obra da engorda – que está parada há mais de duas semanas – tivesse sendo executada neste momento, ainda seriam necessárias as medidas, por conta do prazo para conclusão do projeto, que é de cerca de 90 dias.

Nesses 90 dias a gente não podia mais deixar essas áreas descobertas”, reforçou.

As barreiras, segundo explicou Fernanda Jucá, são provisórias e emergenciais.

A ideia é que a gente consiga pelo menos reduzir um pouco a energia das ondas para que o impacto nas estruturas, que já estão sofrendo, seja um pouco menor”, disse.

E, principalmente, afastar as pessoas das proximidades dessas áreas que podem vir ainda a sofrer erosão, algum desabamento, algum tombamento, principalmente na área do Morro do Careca, que a gente já observa, inclusive, o rolamento de blocos, desprendimento de parte de falésia também”, completou.

Situação de emergência

Segundo o Município, o decreto de situação de emergência visa tomar medidas para frear o avanço do mar sobre as estruturas urbanas e em toda a orla de Ponta Negra e em parte da Via Costeira até que a obra da engorda – que completou duas semanas parada – seja finalizada.

Na quinta-feira (19), o avanço do mar também havia destruído parte das barracas da praia de Redinha Nova, em Extremoz, na Grande Natal.

Segundo a prefeitura de Natal, um dos pontos em especial da medida é o Morro do Careca, que sofre processo erosivo constatado em relatório produzido pela Defesa Civil de Natal (veja detalhes mais abaixo).

Por isso, a situação de emergência, segundo emitiu em nota a prefeitura, visa também garantir medidas para proteger as pessoas “que ainda se arriscam frequentando a área próxima ao Morro do Careca, mesmo com a interdição do local”.

A decisão se deu em uma reunião do comitê de crise para enfrentamento de desastres naturais após hoteleiros terem pedido medidas urgentes em função dos estragos que o avanço do mar causou em estruturas de contenção.

Avanço da maré

Segundo a prefeitura de Natal, o relatório da Defesa Civil constatou que o processo erosivo no Morro do Careca avançou de forma significativa em curto período e formou voçorocas (desgastes provocados pela erosão), ampliando o desgaste do terreno e gerando o risco de desabamento em locais com circulação de pessoas.

Na análise, segundo o Município, foi verificado o desabamento dos dissipadores de drenagens que haviam sido recém-instalados pela prefeitura, e dos muros de contenção da maré na altura dos Hotéis Rifóles e El Aram. O Hotel Vila do Mar também sofreu com a invasão da água em seu terreno.

“Estamos monitorando constantemente a região e a atual situação é bem preocupante”, disse a coordenadora da Defesa Civil Municipal, Fernanda Jucá.

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