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A Polícia Civil prendeu em flagrante, na noite de quarta-feira, mãe e padrasto suspeitos de matarem um bebê de 11 meses. Sidney da Silva Ferreira e Rayane Rocha dos Santos, ambos de 21 anos, levaram Arthur Victor dos Santos à UPA da Vila do João, no Complexo da Maré, com sinais de maus-tratos.

O bebê chegou à unidade de saúde desacordado e com diversos hematomas, queimaduras pelo corpo, além de lesão na cabeça. Rayane, que está grávida, disse em depoimento à polícia que sabia das lesões do filho, mas não denunciava o companheiro por medo.

Apesar das tentativas de reanimação dos médicos, Arthur não resistiu aos ferimentos graves e morreu na unidade. O caso foi registrado na 21ª DP (Bonsucesso).

De acordo com o laudo do Instituto Médico-Legal (IML), a causa da morte foi traumatismo craniano provocado por ação contundente, com hemorragia e edema cerebral.

Inicialmente, o padrasto, em depoimento, alegou que a criança havia caído de uma cama de 50 cm de altura. Os policiais desconfiaram da explicação, já que os ferimentos não eram compatíveis com essa versão.

Após questionamentos, o homem mudou o depoimento e afirmou que a morte do enteado foi um acidente, dizendo ter caído com o bebê no colo ao descer uma escada e, que, durante a queda, havia quebrado o celular. No entanto, a polícia encontrou inconsistências na nova declaração, especialmente pelo fato de o suspeito não apresentar qualquer tipo de ferimento, muito menos dano no telefone. A mãe do bebê também foi ouvida pelas autoridades.

Em depoimento, Rayane afirmou aos policiais que desconfiava das lesões do filho e que “o padrasto teria chutado a sua outra filha de dois anos e queria colocar câmeras na casa para vigiar as crianças porque morria de medo de ficar perto do Sidney”.

— Isso demonstra a omissão dela (da mãe). Ela era a mãe, tinha o dever de agir. Se não fosse a omissão dela, esta criança estaria viva. Então, ela também vai responder pelos mesmos crimes do padrasto. O perito fez contato conosco e este contato rápido foi fundamental para a prisão — afirmou a delegada do caso, Fernanda Caterine.

Rayane e Sidney vão responder por homicídio qualificado e crime hediondo.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que a direção da UPA Maré esclarece que “Arthur deu entrada na unidade na terça-feira (28/01), em parada cardiorrespiratória, com sinais de trauma cranioencefálico. Apesar de todos os esforços da equipe multidisciplinar, não houve êxito na reanimação”.

Comoção nas redes sociais
A morte de Arthur gerou comoção e indignação nas redes sociais. Em perfil do Instagram que compartilha notícias da comunidade, uma mulher relatou: “uma amiga que trabalha lá estava de plantão quando o bebê chegou já morto. A mãe disse que a criança tinha caído da escada.”

Fonte: Blog de Daltro Emerenciano