CIENTISTAS DESCOBREM NOVA ESPÉCIE HUMANA EXTINTA HÁ 200 MIL ANOS NA CHINA

Foto: Reprodução

Pesquisadores anunciaram a descoberta de uma nova espécie humana, denominada Homo juluensis, que teria habitado o território da atual China há cerca de 200 mil anos. Os fósseis, encontrados na província de Hebei, indicam características únicas, como crânios largos, cabeças grandes e dentes proporcionalmente muito maiores que os dos humanos modernos.

A equipe internacional de cientistas liderou a análise dos fósseis, que foram desenterrados em um sítio arqueológico próximo à cidade de Julu. De acordo com os especialistas, o Homo juluensis vivia em pequenos grupos e tinha uma dieta baseada em plantas e animais de pequeno porte.

Características e extinção

Os pesquisadores acreditam que o tamanho avantajado do crânio e dos dentes pode ter sido uma adaptação a um ambiente hostil, marcado por temperaturas extremas e escassez de recursos. Contudo, essas mesmas características podem ter contribuído para a extinção da espécie, uma vez que suas necessidades alimentares eram maiores do que as dos humanos modernos e outros hominídeos contemporâneos.

Estima-se que o Homo juluensis tenha desaparecido há cerca de 200 mil anos, antes das primeiras ondas migratórias do Homo sapiens para a Europa e Ásia, que ocorreram por volta de 120 mil anos atrás. “A chegada do Homo sapiens e a competição por recursos provavelmente aceleraram o declínio de espécies locais, incluindo o Homo juluensis,” explicou a paleoantropóloga Mei Zhang, uma das autoras do estudo.

Importância da descoberta

A descoberta do Homo juluensis acrescenta novas peças ao quebra-cabeça da evolução humana e reforça a ideia de que diversas espécies de hominídeos coexistiram em diferentes partes do mundo. “A complexidade do cenário evolutivo da Ásia é ainda maior do que imaginávamos. Cada nova descoberta nos ajuda a entender melhor como nossos antepassados se adaptaram e interagiram com o ambiente e outras espécies,” destacou o paleoantropólogo James Whitmore, coautor da pesquisa.

O estudo foi publicado na prestigiada revista científica Nature, e os fósseis serão expostos no Museu de História Natural de Pequim nos próximos meses. Os cientistas esperam que análises adicionais de DNA e de microfósseis encontrados junto aos restos mortais possam revelar mais detalhes sobre o estilo de vida e os motivos da extinção dessa enigmática espécie.

Fonte: Blog Jair Sampaio

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