“FALTOU MILÍMETROS PARA ELE NÃO ESTAR CONTANDO A HISTÓRIA”, DIZ PAI DE ALUNO BALEADO EM ESCOLA
Foto: Reprodução
O aluno Heitor Dantas, 18 anos, atingido por um disparo na cabeça efetuado pela estudante Lyedja Yasmin, dentro de uma escola na zona Sul de Natal, segue em observação no Hospital Walfredo Gurgel, mas apresenta sequelas ocasionadas pelo ferimento. De acordo com informações relatadas nesta quinta-feira (19) pelo pai da vítima, Marcelo Moura, o jovem lida com dificuldades na fala e com um zumbido no ouvido. Ele afirmou ainda que o estudante não possui previsão de liberação médica até o momento.
“Ele está falando, mas ainda não consegue fazer isso de forma normal. Ele também está sentindo um zumbido no ouvido que some e volta, mas quando volta, é mais forte. Ele continua em observação. Os médicos não querem liberar ele enquanto houver algum tipo de risco. Ainda não tenho a previsão de quando ele terá alta. Ele é um garoto muito forte e está lutando pela vida dele. Só tenho a agradecer a Deus pela vida dele e pela sua força de vontade”, relatou.
O pai da vítima, que também atua como motorista por aplicativo, contou que a assistência médica disponibilizada para Heitor Dantas tem o ajudado a evoluir na sua recuperação. Ele reiterou que, diferente que do que foi falado anteriormente, a capsula disparada não atingiu o aluno de raspão, mas causou um ferimento cuja complicação poderia ter sido ser fatal. “O médico nos disse que faltou milímetros para ele não estar contando a história. Dou graças a Deus que ele escapou e está bem na medida do possível. Muitas pessoas disseram que o tiro tinha sido de raspão, mas não foi. No primeiro dia ele não conseguia andar ou se levantar, mas o médico fez testes com ele, perguntas. A situação está mais tranquila”, contou.
O relato inicial de Heitor Dantas dado ao pai aponta que ele e Lyedja Yasmin tiveram uma conversa comum antes do crime, que ocorreu em um dia de aplicação de provas. No momento em que a aluna pegou a arma e tentou disparar contra a professora, mas o primeiro disparo falhou. Nesse momento, ele correu em direção a ela tentou a impedir. Porém, ela tentou novamente, e o disparo atingiu a vítima. Ao repassar as informações, Marcelo Moura ressaltou que ele “A gente não está entrando muito nessa conversa porque tudo é muito recente, e a psicóloga pediu para que a gente abordasse isso aos poucos, para deixar ele mais a vontade. Mais para a frente, ele poderá contar melhor como tudo aconteceu”, pontuou.
A questão psicológica é uma preocupação da família no processo de recuperação. De acordo com o pai dele, o filho tem tido noites de sono inquietas após a ocorrência, em uma possível reação traumática. “A mãe dele disse que, quando ele toma as medicações e vai dormir, ele fica tomando sustos e toda hora abre os olhos. Acho que, quando está adormecendo, ele revê a situação e então acorda”, relatou. Dedicado a dar apoio ao aluno, Marcelo Moura e sua família se dividem para estar no hospital. Ele relatou que esteve no local durante a manhã desta quinta-feira e saiu para trabalhar, mas deixou o filho na companhia de sua esposa.
Fonte: Tribuna do Norte