APÓS CRÍTICAS A BOLSONARO, LULA ELEVA GASTOS OCULTOS NO CARTÃO CORPORATIVO E MANTÉM SIGILOS DE CEM ANOS NO PATAMAR DO ANTECESSOR
Mesmo após as críticas na campanha de 2022, o presidente Lula aumentou os gastos ocultos no cartão corporativo nos primeiros anos de mandato e manteve a imposição de sigilo de 100 anos a dados do governo no mesmo patamar da gestão de Jair Bolsonaro.
De um lado, a administração justifica que manter as despesas confidenciais é questão de segurança, argumento idêntico ao usado pela gestão anterior. Do outro, afirma trabalhar em nova legislação para acabar com o segredo por tanto tempo.
Dados obtidos pelo GLOBO mostram que, de 1º de janeiro de 2023 até 20 de dezembro de 2024, foram 3.210 pedidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) negados sob a justificativa de se tratarem de dados pessoais — o que, na prática, representa impor o sigilo de 100 anos. Isso significa um aumento de 8,4% na comparação com o mesmo período da gestão Bolsonaro, quando a medida foi decretada 2.959 vezes.
Quando contabilizados o total de pedidos, porém, houve uma leve queda, proporcionalmente, em relação a Bolsonaro. No governo passado, as negativas que envolviam segredo de 100 anos corresponderam a 18,08% do total, contra 16,5% na gestão atual.