ENTENDA A ‘EXPLOSÃO’ QUE CAUSOU TEMPESTADE SEVERA E BLECAUTE EM SÃO PAULO

Foto: Edilson Dantas/O Globo

A tempestade severa que afetou São Paulo na última sexta (11) e resultou em 7 mortes e blecaute que perdura até esta segunda (14), foi impulsionada por um intenso jato de baixo nível, também chamado de “jato cauda de escorpião”. Segundo análise do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), o evento severo é como uma explosão de ventos fortes, de até 200 km/h.

 

Segundo Humberto Barbosa, coordenador do Lapis, houve um encontro entre ventos quentes e úmidos vindos do centro-oeste de São Paulo e a frente fria, seca, que estava no sudeste do estado. O resultado foi uma “explosão” às 19h02 de sexta, na cidade de Itapetininga.

“Com esse encontro, tem um sistema de baixa pressão, com a pancada de chuva na frente e os ventos verticais, de cima para baixo, podendo ter até granizos e raios. Mas quando os ventos chegam na superfície, se expandem lateralmente, como se fosse uma explosão, uma pancada” explica Barbosa.

O jato cauda de escorpião tem esse nome pois , pelas imagens de satélite, os ventos na parte de trás da tempestade se assemelham a uma cauda, de tão intensos. Esse jato ocorre quando o ar frio da tempestade desce rapidamente na direção da superfície. Durante sua descida, a corrente de ar acelera ou desacelera de acordo com a umidade no trajeto, resultando em ventos fortes e chuvas torrenciais.

“As imagens de satélite usadas pelo Lapis na análise mostram a formação de nuvens com chuva de 15 a 40 mm às 19h00 da última sexta. Nesse momento, a tempestade se deslocava para o leste e foi possível observar pequenos vórtices de mesoescala, espécie de “microciclone”, no seu núcleo.

Já no estágio maduro da tempestade, houve um aglomerado quase circular de tempestades convectivas. O ar frio descendente criou frentes de rajada, ao redor do aglomerado, especialmente à frente dele”, explica Barbosa.

“Há dois fatores principais que provocam esse tipo de temporal: primeiro, muita umidade na atmosfera. Em segundo lugar, um cavado, ou sistema de baixa pressão, funciona como gatilho – diz o meteorologista, que cita que a possibilidade de influência das mudanças climáticas para o fenômeno ainda precisa ser estudada. — . A mudança climática aumenta a quantidade de umidade no ar, mas a influência humana na frequência dos gatilhos é muito menos clara”.

Fonte: O Globo

SÃO PAULO EM ESTADO DE ATENÇÃO DEVIDO ÀS FORTES CHUVAS; TRÊS MORTES CONFIRMADAS

Foto: Reprodução

A capital paulista entrou em estado de atenção devido às fortes chuvas que atingem diversos pontos da cidade no início da noite desta sexta (11). Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas, o CGE, toda a capital está em estado de alerta desde às 19h30.

A tempestade também atingiu o interior do Estado, pelo menos três pessoas e um cachorro morreram em Bauru, com a queda de um muro, aponta o capitão Roberto Farina da Defesa Civil. Houve o registro de quatro quedas de árvores no município, com a força dos ventos, uma mulher, uma criança e um senhor e um pet estavam andando na rua, quando o a parede colapsou.

Ainda segundo a pasta, deve chover forte, podendo haver alagamentos. As chuvas virão acompanhadas de fortes rajadas de vento e queda de granizo. A tendência é de tempo instável no decorrer de toda a noite.

Já em Cotia, houve registro de chuva forte com vendaval, com mais uma queda de um muro sobre pessoas, que resultou em duas vítimas graves e outra vítima com escoriações, todas socorridas.

Segundo a Defesa Civil, a passagem de uma frente fria pelo estado deve provocar chuvas intensas, com raios e rajadas de vento por todo o território paulista. As previsões de acumulados de chuva variam entre as regiões.

Em nota, A Enel informou que parte a cidade foi atingida por chuvas e fortes ventos, a empresa acionou imediatamente o plano de emergência e reforçou suas equipes em campo para reconstruir trechos da rede danificados. Ainda segundo a empresa, técnicos da companhia seguirão atuando ao longo da noite para normalizar o serviço para os clientes que tiveram o fornecimento impactado.

Há relatos de apagões em praticamente todas as regiões da cidade, da Zona Leste a Zona Sul.

De acordo com a Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU), por meio da Defesa Civil, às 19h30 foi decretado Estado de Atenção para alagamentos em toda São Paulo. Ocorreram rajadas de vento de aproximadamente 80 km/h em algumas regiões da cidade. Até o momento, foram registradas 16 ocorrências envolvendo queda de árvores, galhos ou risco iminente de queda.

Aeroporto de Congonhas 

A administradora do aeroporto de Congonhas, Aena informa que, devido às condições meteorológicas, o aeroporto de Congonhas teve as operações de pousos e decolagens suspensas das 19h53 às 20h12.

Ainda de acordo com a empresa responsável, é recomendado que os passageiros entrem em contato com as companhias aéreas para verificar a situação do seu voo.

Fonte: CNN

FRENTE FRIA TÁ CHEGANDO: VEJA ONDE HAVERÁ CHUVA PRETA

Foto: Reprodução

Uma frente fria no Sul do Brasil deve causar chuva preta em várias regiões, enquanto São Paulo enfrenta queda de fuligem causada pelas queimadas, trazendo preocupações sobre o clima e a saúde.

Cidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina terão chuva preta devido às queimadas. Uma frente fria que avança pelo sul do Brasil misturará fuligem das queimadas com as precipitações, criando a “chuva preta”, um fenômeno raro e preocupante por sua toxicidade. Esse fenômeno deve ocorrer hoje e amanhã, especialmente em Porto Alegre e na região norte do Rio Grande do Sul, segundo a MetSul Meteorologia.

O céu ficará escuro e carregado de fumaça, com ar de queimada. A grande quantidade de fumaça que cobre essas regiões cria uma atmosfera apocalíptica. O céu pode ficar alaranjado em algumas áreas, e o odor de vegetação queimada será muito perceptível.

Além da chuva preta, há previsão de granizo e tempestades isoladas. A frente fria traz o risco de temporais com raios e queda de granizo em pontos localizados. A chuva será moderada a forte, com maior impacto no centro e norte do Rio Grande do Sul.

Impactos em São Paulo
São Paulo não terá chuva preta, mas enfrenta fuligem no ar. Na capital paulista, moradores já testemunharam a queda de fuligem, partículas finas de carbono provenientes das queimadas no interior do estado. Esse fenômeno foi registrado nesta quarta-feira (11) na zona oeste da cidade, informou o Climatempo.

O interior de São Paulo está sendo afetado pelas queimadas. Incêndios em várias áreas têm gerado plumas de fumaça que cobrem cidades inteiras. Um redemoinho de fumaça foi observado na região de Mococa, demonstrando a gravidade da situação.

A chegada de uma frente fria poderá trazer chuvas que ajudarão a dispersar a fumaça. As precipitações esperadas para o final de semana podem reduzir os focos de incêndio e melhorar a qualidade do ar em São Paulo, embora não se espere a ocorrência de chuva preta.

Riscos e preocupações
A chuva preta no Sul está ligada a altos níveis de poluição atmosférica. A fuligem, composta por partículas de carbono, se mistura com a umidade das nuvens, resultando em chuva contaminada. Isso pode ter consequências ambientais graves, afetando solos, corpos d’água e vegetação, alerta o governo do Rio Grande do Sul.

A fumaça e a poluição representam risco à saúde da população. Grupos vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias, devem ficar atentos ao aumento dos poluentes no ar, avisa a Defesa Civil. A MetSul alerta para as altas concentrações de fumaça no norte do Rio Grande do Sul.

O cenário sombrio deve se dissipar com a passagem da frente fria. A previsão é de que o céu volte a ficar limpo e azul após a chuva, embora o alívio seja temporário, informa o Climatempo. O calor e a fumaça devem retornar nos próximos dias, mantendo o alerta para a população.

Fonte: Blog Jair Sampaio