ENTREGADORES FAZEM PROTESTO EM NATAL E COBRAM REAJUSTE NAS TAXAS DO IFOOD E OUTRAS PLATAFORMAS

Foto: Reprodução

Entregadores de aplicativos iniciaram uma paralisação nacional nesta segunda-feira (31) e seguem até terça-feira (1º), reivindicando melhores condições de trabalho e reajustes nas taxas de pagamento. O movimento ocorre em diversas cidades do Brasil, incluindo municípios da Região Metropolitana de Natal.

Em Natal, a paralisação contou com uma manifestação em frente ao shopping Midway Mall, na Avenida Nevaldo Rocha. Dezenas de entregadores participaram do ato. Em um momento do protesto, uma bandeira do iFood foi queimada em frente ao shopping.

A principal reivindicação dos entregadores é um reajuste nas taxas de entrega. Atualmente, o iFood, principal plataforma de entrega de comida, paga aos entregadores uma taxa mínima de R$ 6,50 ou R$ 1,50 por km rodado – o que for mais vantajoso para o entregador.

Os entregadores pedem que a taxa mínima seja reajustada para R$ 10 e que o valor por km rodado suba para R$ 2,50.

De acordo com Alexandre da Silva, presidente da Associação de Trabalhadores de Aplicativos por Moto e Bike de Natal e Região Metropolitana (ATAMB), a mobilização reivindica também melhores condições de trabalho. “Nos termos das plataformas, diz que elas dão suporte quando o entregador sofre um acidente, mas, na realidade, não tem. A gente tem que fazer vaquinha para conseguir ajuda para os trabalhadores”, afirmou.

Ele cita também as dificuldades enfrentadas pelos entregadores que utilizam bicicleta. “A gente que trabalha de moto já sente o cansaço, imagine a turma que pedala em Natal. No sol quente, pedalando, a saúde deles é atingida, o que acaba atrapalhando o ganho da categoria. Por isso, pedimos a redução da quilometragem mínima para 3 km.”

Os trabalhadores também denunciam a forma como as plataformas gerenciam os ganhos dos entregadores. “A plataforma cobra taxa de entrega de cada cliente, além de 27% sobre cada venda. Mas quando nos paga, passa o mínimo. Por exemplo, se eu fizer uma entrega de 8 km até Tirol, ela me paga de R$ 12 a R$ 15, mas cobrou de três clientes. Estamos parando justamente por essa situação, reivindicando melhorias e reajustes”, detalhou Alexandre.

Outra demanda dos entregadores é a criação de pontos de apoio e o fim do controle dos ganhos por algoritmos. “Não temos ponto de apoio. Precisamos que acabe a prática de demanda dupla e tripla, porque a plataforma faz esse controle e limita os ganhos dos entregadores. Se essa prática acabasse, teria entrega para todo mundo.”

O que diz o iFood

Em nota, o iFood cita o reajuste da taxa mínima de entrega, que subiu de R$ 5,31 para R$ 6,50 entre 2022 e 2023, além do aumento de 50% no valor pago por quilômetro rodado, que passou de R$ 1,00 para R$ 1,50. Em 2024, a plataforma implementou um adicional de R$ 3,00 para entregas agrupadas.

Segundo a empresa, o ganho bruto por hora trabalhada na plataforma é quatro vezes maior do que o valor do salário mínimo-hora nacional.

O iFood também ressaltou que oferece benefícios como seguro pessoal gratuito para acidentes durante entregas, planos de saúde, programas educacionais e suporte jurídico e psicológico para casos de assédio ou discriminação.

Por fim, a empresa pediu que a paralisação ocorra sem prejudicar o funcionamento dos estabelecimentos parceiros e respeitando a livre circulação da população. A companhia afirmou que seguirá aberta ao diálogo com os entregadores para buscar melhorias para o setor.

Fonte: Portal 98FM

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