“FAMÍLIAS T21 CELEBRAM AVANÇOS E MAIOR INCLUSÃO NO DIA INTERNACIONAL DA SÍNDROME DE DOWN”

O Dia Internacional da Síndrome de Down é comemorado nesta sexta-feira (21), destacando a importância da inclusão social, da inserção no mercado de trabalho e da busca por uma vida mais independente para as pessoas com a condição. Em Natal, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae Natal) se destaca há 65 anos pela atuação na defesa e garantia de direitos das pessoas com deficiência intelectual e múltipla, incluindo aquelas com Trissomia do Cromossomo 21 (T21).

A presidente da Apae Natal, Kátia Sueli, reconhece que houve avanços na aceitação social das pessoas com Síndrome de Down, especialmente dentro das próprias famílias. “É algo que vem sendo trabalhado intensamente junto às famílias para promover um entendimento maior. Nosso objetivo, nossa meta, é garantir qualidade de vida em diversas áreas, como a médica, a fisioterapia e a fonoaudiologia”, destaca Kátia. Apesar dos avanços, a presidente da instituição relata dificuldades para manter os atendimentos, especialmente na área médica.

“É uma área que a gente também tem muita dificuldade. Porque não existem profissionais suficientes para atender a demanda. Como nós somos uma instituição voltada para pessoas com dificuldade, mas que vivemos de doações, então é um grande problema. Para que a gente consiga chegar àquele doador, que possa chegar e contribuir para que a gente possa oferecer uma melhor qualidade de vida a essas pessoas. É muito complexo”, explica Kátia.

A situação é reforçada pela fisioterapeuta da instituição, Vera Cristine. Segundo ela, a procura pelos serviços da Apae Natal tem aumentado, evidenciando a necessidade de mais profissionais. “A demanda é enorme. Muitos chegam aqui e não podem ser atendidos por falta de vagas. Essa necessidade de mais profissionais, mais verbas e mais estrutura é muito real. Precisamos ampliar esse trabalho de igualdade e inclusão”, afirma Vera.

“Hoje, a gente observa que, antigamente, a criança com Síndrome de Down, que antes era chamada até de mongoloide, era totalmente excluída, ficava bem à margem e hoje não, hoje a gente sabe que eles estão em tudo. Eles participam de tudo e efetivamente têm muita autonomia, são muito donos de si, o que hoje a gente percebe claramente. Eu tenho uma paciente que eu acho que é mais livre do que muitos dos demais. Então assim, é essencial esse trabalho para que possam se desenvolver”, explica Vera.

O papel da família no desenvolvimento de uma criança com Síndrome de Down é considerado fundamental, enfatiza a fisioterapeuta. Ela explica que a orientação adequada aliada ao acompanhamento dos familiares pode auxiliar as crianças a alcançar seu máximo potencial dentro de suas capacidades. “Eu tenho um paciente que chegou, a criança era totalmente irritada, não queria sair. Lógico que tem o tempo de aproximação de tudo. Mas ele não fazia nada, era somente nos braços. É impressionante a partir das orientações e da família seguir a criança com um mês, ele era outra criança. Já ficava soltinho, já brincava”, detalha.

Fonte: Tribuna do Norte

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