FRAUDE NO INSS: CONSELHO VAI DISCUTIR RECADASTRAMENTO DE 6 MILHÕES DE APOSENTADOS
Imagem: Reprodução
A reunião desta tarde do Conselho Nacional de Previdência Social terá sobre a mesa uma proposta polêmica e de difícil execução: o recadastramento dos potenciais lesados pelo pagamento compulsório de adesões a associações que ofereciam serviços a aposentados, sem que esses tivessem autorizado. A tarefa envolve 6 milhões de beneficiários e tenta delimitar quantos realmente foram alvo do golpe ou eventualmente responderam de forma genérica ou equivocada a levantamento do Controladoria Geral da União, que apontou o desvio.
O recadastramento, no entanto, é lento e encarado com desconfiança por representantes de aposentados e pensionistas, que vêem na iniciativa a intenção de adiar o futuro ressarcimento dos beneficiários. Pelo menos 11 entidades de classe, associações ou corporações são suspeitas de lançar mão do desconto indevido de benefícios, numa operação iniciada em 2019 e que se avolumou nos últimos seis anos até alcançar o montante de R$ 6,3 milhões.
A reunião acontece em ambiente político conturbado, com o governo federal sob forte pressão de setores da oposição, que ameaçam com CPI para apurar o esquema e exigem a demissão do ministro da Previdência Carlos Luppi, do PDT.
O ministro alega que a amostragem da CGU é muito pequena: 1.300 entrevistas. E acredita que muitos podem ter confundido “desconto associativista com desconto previdenciário”. E destaca que “quem está investigando é o próprio governo”. “O que tem de ser feito agora é uma auditoria e um recadastramento dos 6 milhões que tinham desconto”.
Apesar da argumentação de Luppi, a área de comunicação do governo teme os reflexos do caso sobre a imagem do presidente Lula e participou nesta manhã da estratégia de reação dentro do governo para mitigar o impacto negativo do episódio.
Fonte: R7