RÉU SE ESCONDE EMBAIXO DE MESA PARA TENTAR ENGANAR JUÍZ EM AUDIÊNCIA
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O homem não poderia estar no mesmo ambiente que o advogado dele durante o depoimento da outra parte envolvida no processo. A audiência foi suspensa
O magistrado do Tribunal Regional do Trabalho da 9º Região (TRT-9), Thiago Migra, desconfiou que o réu Ricardo e o advogado Robinson de Almeida Albuquerque Maranhão estavam no mesmo ambiente. O juiz pediu para o advogado mostrar a sala onde estava, mas ele não mostrou todo o espaço.
Em seguida, o juiz solicitou que Robinson de Almeida mostrasse novamente o ambiente, dessa vez em 360 graus. No momento em que o advogado gravava a sala, é possível ver pela câmera de Ricardo que o réu entra debaixo da mesa.
“Por que o Ricardo entrou debaixo da mesa, doutor? Poxa, vocês estão de brincadeira com o juiz aqui. Só pode ser piada mesmo. Doutor, eu vou oficiar a OAB, é uma palhaçada e uma falta de respeito”, afirmou o juiz, que suspendeu a audiência.
O réu não poderia estar no mesmo ambiente do advogado para não escutar, pelo computador do defensor, o depoimento da outra parte envolvida no processo.
Ao Correio, o TRT-9 informou que o magistrado deve oficiar formalmente à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) “para que apure a conduta do advogado, que tentou ludibriar o magistrado e, consequentemente, a Justiça do Trabalho do Paraná”.
“Ao desconfiar de que o preposto estaria na mesma sala do advogado, o magistrado solicitou que fosse girada a câmera para verificação, quando evidenciou-se a presença do preposto no mesmo ambiente ao se esconder embaixo de uma mesa, tendo assim a possibilidade de ter ouvido o depoimento da autora, o que contraria os dispositivos legais. Diante do fato, o juiz suspendeu a audiência e vai programar os depoimentos das testemunhas da ação em data futura, de maneira presencial”, informou o órgão.
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Paraná disse, em nota enviada ao Correio, que não compactua com a atitude do advogado. “A OAB Paraná não compactua com nenhum tipo de falta de ética e abuso de direitos no exercício profissional e apurará o caso exemplarmente, de modo a proteger o bom nome da advocacia, punindo qualquer tipo de desvio da ética, do decoro e da legalidade, dentro dos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório”, completou.
O Correio entrou em contato com o advogado Robinson de Albuquerque Maranhão, mas não obteve resposta. O espaço está aberto para futuras manifestações.
Fonte: Blog de Daltro Emerenciano