LULA CRITICA TRUMP SOBRE GAZA: “QUEM TEM DE CUIDAR SÃO OS PALESTINOS”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta quarta-feira (5/2), a intenção do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de assumir a Faixa de Gaza. Para o petista, Trump é o tipo de político que “vive de bravatas”.
Deportados
Lula também comentou a situação precária dos brasileiros deportados pelos Estados Unidos no primeiro voo da era Trump. “Nós tratamos como repatriação, porque são companheiros e brasileiros que foram para lá à procura de uma vida melhor. Foram aceitos pelo governo americano”, destacou.
Em seguida, criticou as condições do traslado realizado pelos americanos na semana passada, quando 88 brasileiros chegaram algemados a Manaus e foram soltos por policiais federais brasileiros. “Mais grave foi que o avião teve problema na pressurização. E aí as pessoas estavam acorrentadas para descer do avião, e eles queriam levá-las acorrentadas para Minas Gerais. Enquanto elas estão dentro do avião no território americano, são cidadãs que pertencem à política e à lei dos Estados Unidos, mas quando chegam ao território Nacional, e o avião abre a porta, são submetidos à legislação brasileira”, ressaltou Lula.
“Vamos cuidar com muito carinho. Importante lembrar que não é um problema do Trump”, alegou Lula.
Trump e Brics
Lula também destacou a decisão de Trump de impor tarifas a países e ameaçar taxar em 100% o Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. O presidente dos EUA exigiu que o grupo não substitua o dólar em transações comerciais.
“Sinceramente, nenhum país, por mais importante que seja, pode brigar com todo mundo todo o tempo. Ele tem de saber o seguinte: o Brics significa, praticamente, metade da população mundial; significa quase metade do comércio exterior desse mundo. E nós temos o direito de discutir a criação de uma forma de comercialização para que a gente não dependa só do dólar. Não foi o mundo que decidiu ou a hora que o dólar seria a moeda, foram os Estados Unidos”, apontou Lula.
O titular do Planalto reforça que não é preciso se preocupar com as “bravatas de Trump”, mas discutir o que realmente importa para o mundo. “Não é o mundo que precisa dos EUA; os EUA também precisam do mundo […] Os Estados Unidos, a vida inteira, foram vendidos como se fossem o símbolo da democracia mundial, se autodeterminou o juiz do planeta, uma fábula de dinheiro gasto com armamento todo santo dia.”
Fonte: Metrópoles