ADESIVO INOVADOR DESENVOLVIDO NA ALEMANHA PROMETE REVOLUCIONAR O TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

Foto: Reprodução

Pesquisadores da Alemanha desenvolveram um adesivo inovador, projetado para pessoas que sofrem de insuficiência cardíaca, com o objetivo de reparar corações danificados e proporcionar mais qualidade de vida aos pacientes. O dispositivo, criado no Centro Médico Universitário de Göttingen, foi recentemente publicado na renomada revista científica Nature e já foi implantado com sucesso em 15 pessoas de diferentes idades, mostrando resultados promissores.

Este adesivo, que é implantado diretamente no músculo cardíaco, ajuda a melhorar os movimentos do coração e pode beneficiar mais de 64 milhões de pessoas em todo o mundo que enfrentam algum tipo de insuficiência cardíaca. Essa condição, que causa sintomas como cansaço excessivo, ataques cardíacos, pressão alta e doença arterial coronária, afeta uma parcela significativa da população global, especialmente à medida que a idade avança.

O professor Ingo Kutschka, coautor do estudo, celebrou o avanço e a relevância dessa inovação: “Agora temos, pela primeira vez, um transplante biológico desenvolvido em laboratório disponível, que tem o potencial de estabilizar e fortalecer o músculo cardíaco”, afirmou.

Como funciona o adesivo

O adesivo é um implante biológico desenvolvido a partir de células retiradas do sangue dos pacientes, que são então “reprogramadas” para agir como células-tronco. Estas células podem se transformar em qualquer tipo de célula do corpo, sendo direcionadas para o desenvolvimento do músculo cardíaco e tecido conjuntivo. Uma vez criadas, as células são incorporadas a um gel de colágeno e cultivadas em moldes personalizados.

O adesivo, que tem o formato hexagonal e tamanho de cerca de 5 cm por 10 cm, é fixado em uma matriz e implantado no coração do paciente. Embora os efeitos terapêuticos levem de três a seis meses para serem observados, os resultados iniciais são altamente promissores, com a melhoria significativa da função cardíaca e da capacidade de contração das paredes do coração.

Os testes iniciais, realizados com macacos rhesus saudáveis, não apresentaram efeitos adversos, como batimentos cardíacos irregulares, tumores ou mortes. Para testar sua eficácia em condições mais reais, os pesquisadores também aplicaram os adesivos em macacos com uma doença semelhante à insuficiência cardíaca crônica. Os animais demonstraram uma melhoria considerável na função cardíaca.

A primeira aplicação em humanos ocorreu em uma mulher de 46 anos com insuficiência cardíaca avançada. Três meses após a implantação, o paciente estava estável e foi submetido a um transplante de coração. Durante a cirurgia, os pesquisadores notaram que os adesivos haviam sobrevivido e se integrado ao tecido cardíaco, com o desenvolvimento de um suprimento sanguíneo ao redor dos implantes.

Apesar dos resultados positivos, o processo terapêutico dos adesivos leva de três a seis meses para se mostrar eficaz, o que significa que essa tecnologia pode não ser adequada para todos os pacientes. Até o momento, 15 pacientes já receberam os adesivos, mas mais pesquisas serão necessárias para validar os efeitos a longo prazo e para resolver algumas limitações, como a maturação incompleta das células do músculo cardíaco e o fluxo sanguíneo mais lento.

Pesquisadores como a professora Sian Harding, do Imperial College London, descreveram a pesquisa como inovadora, mas destacaram a necessidade de mais trabalho para aprimorar os resultados. A professora Ipsita Roy, da Universidade de Sheffield, também reconheceu o avanço e destacou que a abordagem menos invasiva, comparada ao transplante de coração, poderia ser uma alternativa promissora para muitos pacientes.

Fonte: O Potengi 

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