Apesar de ter avançado para o segundo turno na capital paulista, Guilherme Boulos (PSol) se frustrou com o fato de o prefeito Ricardo Nunes (MDB) ter conquistado o primeiro lugar no pleito, com 25 mil votos a mais. Agora, a campanha psolista lidará com o desafio de enfrentar não só a máquina municipal, como o rescaldo de uma alta rejeição e uma possível migração de grande parte dos votos do influenciador Pablo Marçal (PRTB) para Nunes.
O resultado desse domingo (6/10) mostrou cenário apertado em São Paulo. Nunes conquistou 29,48% dos votos, seguido de Boulos, com 29,07%, e Marçal, em terceiro, com 28,14%. Quando as urnas abriram, Boulos estava em terceiro, atrás de Nunes e Marçal, e demonstrava nervosismo ao acompanhar a apuração, conforme constatou o Metrópoles.
Mesmo com o melhor resultado da esquerda na cidade desde 2008, quando Marta Suplicy (PT), hoje sua vice, avançou ao 2º turno com 32,79%, contra Gilberto Kassab (PSD), com 33,61%, Boulos encontra um cenário mais desfavorável pela frente.
O psolista, apesar de contar com oito partidos em sua coligação, não deve receber mais reforços até o dia 27 de outubro, data da votação no segundo turno. Apesar de Tabata Amaral (PSB) ter declarado apoio ao deputado federal nesta reta final, ela adiantou que não estará ao lado de Boulos em nenhum palanque.
A campanha tem o receio de que parte dos eleitores de Tabata, que recebeu 9,91% dos votos, não aceite migrar para Boulos, mesmo com o apoio simbólico da pessebista, já que, na avaliação deles, o eleitorado dela é mais diverso e pode conter simpatizantes de uma nova gestão de Nunes na Prefeitura.
Lula x Bolsonaro
O 2º turno também desenha uma nova polarização entre Boulos e Nunes, enquanto nomes apoiados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Mesmo com a promessa de presença física de Lula durante a campanha de segundo turno, Boulos enfrentará a dificuldade de casar suas agendas com as do presidente, que desmarcou compromissos no primeiro turno em cima da hora e frustrou o entorno de Boulos.
Nunes, por outro lado, contou com o empenho ativo do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nas agendas de rua e terminou em primeiro nas urnas, mesmo sem o envolvimento direto de Bolsonaro na campanha.
Além disso, o eleitorado de direita que apoiou Marçal, que teve apenas 56 mil votos a menos que Boulos, é visto como certeiro ao lado de Nunes na reta final.
Fonte: Blog do BG