Foto: Ricardo Stuckert
Quando o Air Force One aterrissar em Manaus e o democrata Joe Biden desembarcar da aeronave presidencial, no próximo domingo, 17, ele se tornará o primeiro presidente em exercício dos Estados Unidos a pisar na Amazônia brasileira na história de 200 anos de relação entre as duas nações.
Biden, que abandonou a campanha de reeleição no meio do ano e viu sua sucessora, a vice-presidente Kamala Harris, derrotada nas urnas por Donald Trump, será recebido por lideranças indígenas e deve visitar o Museu da Amazônia (MUSA), uma reserva nativa de floresta na capital amazonense. Na sequência, ele seguirá ao Rio, onde participará do encontro de líderes do G20 e se encontrará com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Em termos práticos, porém, a viagem representará pouco para a floresta e para quem vive nela.
A visita amazônica deve ser um desfecho simbólico para um enredo de desacertos na pauta ambiental e climática entre Lula e Biden.
Brasileiros e americanos, no entanto, concordam que a relação acabou salva pela atitude assertiva de Washington na defesa à democracia no Brasil durante e depois das eleições de 2022.
Quanto à Amazônia, o acúmulo de frustrações é evidente. O mandatário americano prometeu muito para o bioma – inclusive quando era ainda apenas candidato – entregou quase nada e, a dois meses de deixar a Casa Branca, já não tem muito mais a oferecer além de fotos e apertos de mãos.
Expectativa x realidade
Ainda em sua campanha para a presidência em 2020, Biden deixou claro que o combate às mudanças climáticas seria um tema central em sua gestão. E usou episódios de graves incêndios na Amazônia meses antes para alavancar sua imagem de líder ambiental internacional.
“Eu começaria imediatamente a organizar o hemisfério e o mundo para prover US$ 20 bilhões [R$ 116 bilhões] para a Amazônia, para o Brasil não queimar mais a Amazônia”, prometeu Biden durante um debate televisivo com Donald Trump. À ocasião, a manifestação gerou mal-estar no governo de Jair Bolsonaro, alinhado a Trump.
No poder, Biden destacou seu Enviado Climático, o ex-secretário de Estado John Kerry, para negociar com o governo brasileiro avanços na preservação ambiental no país em troca de recursos financeiros. A Kerry interessava mostrar resultados que a gestão Biden queria obter rapidamente, para mostrar que os EUA ainda tinham condições de liderar o mundo no assunto.
Fonte: CNN